segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Carduus lusitanicus













Carduus lusitanicus Rouy
Aparentemente, é escassa a informação existente sobre esta espécie. Digo aparentemente, porque pode dar-se o caso de existir informação mais detalhada, para além daquela que encontrei, sendo, porém, certo que, para a elaboração desta nota, apenas me pude socorrer deste "post" do Paulo V. Araújo (autor, juntamente com a Maria P. Carvalho do inestimável blogue Dias com árvores, uma das frequentes vítimas do meu copianço) e das páginas consagradas à espécie pelo portal Flora.On., fontes que recomendo a quem esteja interessada em mais completa informação.
Trata-se de uma espécie da família Asteraceae que, segundo os locais que consegui consultar, se  divide em, pelo menos, três subespécies: C. lusitanicus subsp. lusitanicus; C. lusitanicus subsp. broteroi e  C. lusitanicus subsp. santacreui. De qualquer forma só ocorrem em território português do Continente, as duas primeiras e, segundo o texto do Paulo Araújo, acima referenciado, o C. lusitanicus subsp. broteroi, tido como um endemismo português, encontra-se "nos maciços calcários do centro-oeste", e o C. lusitanicus subsp. lusitanicus, "em solos ácidos no interior centro e em Trás-os-Montes".
O "hábito" desta espécie é muito semelhante ao do Carduus platypusAs formas das brácteas involucrais (inclinadas para baixo, as do C. platyplus e direcionadas para cima, na sua maioria ou na sua totalidade, as do Carduus lusitanicus) são as características que mais facilmente permitirão a um leigo saber que está na presença de uma destas espécies ou da outra.
Perguntar-me-á o leitor qual das sobreditas subespécies está representada nas fotos supra e pergunta bem. O A. desta nota é que não está em condições de lhe responder, pois desconhece as características distintivas de cada uma das subespécies. Posso apenas adiantar que as fotografias foram obtidas junto de duas populações encontradas em outros tantos locais da Serra do Açor, pelo que, atendo-me apenas à informação do Paulo Araújo sobre os locais de ocorrência das duas subespécies presentes em território português, posso presumir que se trata da subespécie C. l. lusitanicus.
Floração: de Abril a Julho.
(Local e data: Serra do Açor, 14 - Junho - 2013) 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Escutelária (Scutellaria minor)



Escutelária (Scutellaria minor Huds.) 
Erva perene, rizomatosa (tipo biológico: proto-hemicriptófito) com caules ascendentes (10 a 20 cm), simples ou ramificados, com capacidade para enraizar nos nós em contacto com o solo; folhas, em geral, inteiras, opostas, de lanceoladas a ovadas; flores tubulares, bilabiadas, com corola ( 6 a 10 cm de diâmetro) rosada ou esbranquiçada, com manchas dispersas no lábio inferior, dispostas aos pares nas axilas foliares.
Distribuição: Oeste da Europa. Em Portugal distribui-se por parte do território do Continente, desde o Alto Alentejo até ao Minho e Trás-os-Montes, estando também presente no arquipélago dos Açores.
Ecologia/habitat: sítios húmidos ou mesmo encharcados, ocorrendo, em lameiros, na proximidade de nascentes e margens de cursos de água e em turfeiras, a altitudes que podem ir aos 1500 m.  
Floração: de Junho a Setembro.
(Local e data: Serra do Gerês; 21 - Setembro - 2013)
(Clicando nas imagens, amplia)

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Orquídea de Outono (Spiranthes spiralis)









Spiranthes spiralis (L.) Chevall.
Pelos vistos, até a propósito de orquídeas silvestres faz sentido dizer que "não há regra sem excepção. Com efeito, por norma, as espécies da família Orchidaceae existentes em Portugal florescem, na sua maioria durante a Primavera, e algumas ainda no Inverno. A Spiranthes spiralis será provavelmente a excepção que confirma a regra, pois, se não estou em erro, é uma das poucas, senão a única, a florir no Outono (de Setembro a Novembro). 
Erva perene (tipo biológico: geófito) com 2 a 4 tubérculos e haste floral de pequeno porte (6 a 27 cm) aproveita para florir numa época em que as ervas circundantes ainda se encontram no início do seu desenvolvimento e em que, por isso, tem melhores condições para beneficiar da luz solar e para se fazer notar. E mesmo assim pode facilmente passar despercebida, porque também as flores, dispostas em espiral, embora gráceis, apresentam uma cor discreta e são de pequenas dimensões.
Distribui-se pelo Centro e Sul da Europa e por toda a região costeira do Mediterrâneo. Em Portugal, a Flora Ibérica dá-a como presente, com certeza, na Estremadura e na Beira Litoral, admitindo como provável a sua ocorrência no Algarve, Alto Alentejo, Ribatejo, Douro Litoral e Trás-os-Montes. Tendo, no entanto, em conta os registos já existentes no Portal Flora.On, podemos considerar que, pelo menos, no Algarve, Ribatejo e Douro Litoral, a sua presença é uma certeza e não mera probabilidade.
Ecologia/habitat:  prados, clareiras de matos, espaços entre rochas, bermas de caminhos e dunas, a altitudes que vão desde o nível do mar até aos 1500 m.
(Local e data: Serra d'Aire; 18 - Outubro - 2013)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Angélica-dos-montes (Angelica sylvestris)







Angélica-dos-montes * (Angelica sylvestris L.)   
Erva da família Apiaceae, (tipo biológico:  hemicriptófito), monocárpica (só floresce e frutifica um vez)  com caules erectos (com 50 a 200 cm de altura), robustos e pouco ramificados; folhas bi-(ou tri-)penatissectas, com um número variável de segmentos; flores com pétalas branco-rosadas ou purpúreas, agrupadas em inflorescências em umbela composta com numerosos (até 75) raios.
Distribuição: região euro-siberiana. Na Península Ibérica distribui-se apenas na metade norte e o mesmo ocorre no território continental de Portugal.
Ecologia/habitat: lameiros e outros relvados húmidos e na proximidade de linhas de água, em locais mais ou menos sombrios, desde o nível do mar até aos 1200 m de altitude. 
Floração: de Julho a Outubro. 
É usada em fitoterapia
* Outros nomes comuns: Erva-piolheira; Erva-sarneira; Angélica-silvestre.
(Local e data: Serra do Gerês: 21 - Setembro - 2013)

domingo, 13 de outubro de 2013

Trevo-cervino (Eupatorium cannabinum subsp. cannabinum)









Trevo-cervino * (Eupatorium cannabinum L. subsp. cannabinum )
Erva perene (tipo biológico: hemicriptófito), da família Asteraceae. Possui caules robustos, erectos, algo lenhosos na base que que podem atingir até 1,5 m de altura; folhas opostas, palmatissectas, as caulinares com 3 ou 5  lóbulos, com margens levemente serradas; e flores tubulares diminutas formando pequenos capítulos  (2 a 5 mm de diâmetro) agrupando-se estes em corimbos ou panículas de dimensão variável.
Distribuição: é considerada como originária da Europa, Ásia e Norte de África, mas encontra-se naturalizada em várias outras regiões do globo, onde foi introduzida,  em razão, quer do seu uso como planta ornamental, quer da sua utilização em fitoterapia.
Ocorre também em Portugal desde o Minho ao Algarve, mas não de forma uniforme: é bastante comum nas regiões próximas do litoral Norte e Centro do Continente e rara nas regiões interiores e na regiões a  sul do Tejo.
Ecologia/habitat: locais frescos, húmidos, mais ou menos sombrios, margens de cursos de água, terrenos aluviais e zonas paludosas.
Floração:  de Julho a Setembro.
*Outros nomes comuns: EupatórioEupatório-de-Avicena.
(Local e data: Serra do Gerês; 21 - Setembro - 2013)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Rhagadiolus edulis








Rhagadiolus edulis Gaertn.
Erva anual (tipo fisionómico: terófito) da família Asteraceae, com caules glabros ou pubescentes que podem atingir até 60cm de altura; as folhas basais e as caulinares mais próximas da base, liradas (ou seja, com o segmento terminal do limbo muito maior que os laterais); capítulos com flores liguladas, tingidas de amarelo vivo; frutos em forma de estrela.
Distribuição:  Região Mediterrânica, com excepção do Nordeste de África. Em Portugal surge em grande parte do território do Continente, podendo ser  avistada, de forma descontínua, desde o Minho até ao Algarve.
Ecologia/habitat: lugares mais ou menos húmidos e mais ou menos sombrios, em prados, pastagens e bermas de caminhos.
Floração: de Março a Junho.
Observação: esta espécie é comestível tal como várias outras plantas da família das Asteraceae, comuns em Portugal. Recordo, a título de exemplo, as plantas dos géneros Lactuca (onde se inclui a alface comum - Lactuca sativa);  Cichorium (almeirões) e Sonchus (serralhas). No caso da espécie ora em assunto é a própria designação científica que lhe atribui essa qualidade. O termo latino edulis tem precisamente o significado de "comestível"
(Local e data: Coentral - Serra da Lousã; 12 - Maio - 2013)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pica-três (Xanthium spinosum)

(1)

(2)

(3)

(4)

(5)
Pica-três * (Xanthium spinosum L.)   
Erva anual (tipo fisionómico: terófito) da família Asteraceae, com caule algo lenhoso, em geral muito ramificado que pode elevar-se até cerca de 1m. de altura, apresentando folhas triangulares, em geral, trilobadas, protegidas por espinhos trífidos, fortes e compridos, inseridos nas axilas foliares. Cada planta é portadora de flores femininas e masculinas, umas e outras sem pétalas,  agrupadas em capítulos distintos segundo o respectivo género. Os frutos são cobertos por um invólucro endurecido revestido de espinhos com o ápice em gancho, formato que permite que os frutos se prendam com firmeza à pele dos animais que com eles contactem, proporcionando à planta uma eficaz forma de dispersão das sementes.
Presente em grande parte das regiões do globo é considerada, actualmente, quanto à distribuição,  como planta cosmopolita. Não há porém unanimidade quanto à sua proveniência. Embora a maior parte das fontes consultadas a considere originária da América do Sul, não faltam, no entanto, outras fontes que a têm na conta de autóctone de outras regiões bem afastadas do continente sul-americano. Para não ir mais longe, referirei o portal Flora.On, que a considera como autóctone em Portugal, com presença no território do Continente e nos Açores. E não é, longe disso, caso único.
Ecologia/Habitat: terrenos incultos e áridos, baldios e áreas ruderais até 1000m. de altitude.
Floração: de Junho a Outubro.
* Outros nomes comuns: Arzola; Gatinhos; Bardana-espinhosa; Erva-de-Santa-Helena.
[Locais e datas: Santiago do Cacém; 13 - Outubro - 2008 (foto 1); Aldeia da Ponte (Sabugal) 23 - Setembro - 2013( fotos restantes)]