quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Sargacinha (Halimium calycinum)







Sargacinha [Halimium calycinum (L.) K. Koch]
Pequeno arbusto (até 60 cm de altura), da família Cistaceae,  muito ramificado, com ramos erectos ou procumbentes; folhas sésseis, lineares, ou estreitamente lanceoladas nos ramos inférteis, ou ovado-oblongas, nos ramos férteis; flores solitárias (axilares ou terminais) ou dispostas em cimeiras com 2 a 5 flores. Pétalas (4) coloridas de amarelo pálido.
Distribuição geral: Península Ibérica e Noroeste de Marrocos. Em Portugal distribui-se ao longo da faixa costeira, desde a região do Douro Litoral até ao Algarve.
Habitat: terrenos de matagal e sob coberto de pinhais, em solos soltos, arenosos, secos, geralmente em dunas estabilizadas nas proximidades do litoral.
Floração: de Janeiro a Julho.
(Local e data: plataforma superior da Arriba Fóssil, Fonte da Telha - Costa da Caparica; 26 - Março - 2012)
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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Dormideira (Papaver somniferum)





Dormideira *(Papaver somniferum L.)
Erva anual (tipo fisionómico: terófito), glabra ou quase glabra, da família Papaveraceae, cujo caule, erecto, uma vezes simples e outras vezes ramificado, pode elevar-se entre 15 a 100cm; apresentando folhas ovado-oblongas, sinuadas, crenadas ou dentadas, fracamente pecioladas as da base e sésseis e amplexicaules as restantes; e com flores com pétalas sub-orbiculares, de cor variada (branco,  rosa,  violáceo e mesmo encarnado), em geral, com uma com mancha escura na base; frutos constituídos por uma cápsula sub-globosa, encimada por um disco lobado com diâmetro superior à base da cápsula, com raios bem salientes, cujo número pode variar entre 5 e 18 (7 a 18 na subespécie P.s. somniferum e  5 a 8 na subespécie P.s. setigerum).
Através de incisões na cápsula destas plantas obtém-se um látex que, depois de seco, se transforma no ópio, produto que contém numerosos alcalóides, incluindo a morfina que é o mais importante, substância esta cujo uso como analgésico é por demais conhecido, o mesmo se podendo dizer, aliás, de outros usos dados ao próprio ópio.
Das sementes também se  extrai um óleo que é usado na alimentação e para fins industriais.

Distribuição: Ásia, Região Mediterrânica e Macaronésia. Em Portugal é considerada planta exótica. Poderá eventualmente aparecer como planta cultivada, surgindo, como sub-espontânea e ruderal, em regiões como  a Estremadura,  Alto e Baixo Alentejo, Beira Litoral,  Douro Litoral e Algarve.
Floração: de Março a Agosto.
*Outras designações comuns: Dormideira-brava; Dormideira-dos-jardins; Dormideira-das-boticas.
(Local e data: Serra da Arrábida: 6 - Maio - 2012)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Lavatera olbia





Lavatera olbia L.
Arbusto, ou sub-arbusto, da família Malvaceae, com caule com 0,6 a 2,5 m de altura, frequentemente muito ramificado, folhas com limbo tomentoso, oblongo-ovado a lanceolado, quinquelobado ou trilobado, se bem que na parte superior se apresente, por vezes, apenas ligeiramente recortado; flores solitárias, axilares, com corola com cinco pétalas de cor púrpura.
Distribuição: Região Mediterrânica Ocidental. Em Portugal, a sua ocorrência está, ao que parece, limitada à Beira Litoral, Estremadura, Alentejo e Algarve.
É utilizada como planta ornamental. Devido certamente a tal uso, encontra-se naturalizada na Inglaterra.
Habitat: geralmente, em lugares com alguma humidade e, designadamente,  nas margens de pequenos cursos de água, na orla de matagais, na berma de caminhos, sobre solos calcários, argilosos ou arenosos.
Floração: de Maio a Setembro
(Local e datas: Serra da Arrábida; 6/22 - Maio - 2012)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Galeopse (Galeopsis tetrahit subsp. tetrahit)

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Galeopse (Galeopsis tetrahit L. subsp. tetrahit)
Erva anual (tipo fisionómico: terófito) da família Lamiaceae, com caule erecto, mais ou menos ramificado, de secção quadrangular, revestido de pêlos rígidos, que pode atingir até 130 cm; com folhas revestidas de pêlos nas duas faces do limbo (mais compridos na superior e mais curtos na inferior), opostas, ovado-lanceoladas, dentadas; flores com corola branca ou levemente rosada, bilabiada, com o lábio inferior com manchas amareladas raiadas de púrpura e branco, dispostas em verticilos próximos entre si, na parte apical e mais afastados na base.
Distribuição: Espécie nativa de boa parte da Europa e da Ásia, encontra-se naturalizada na América do Norte. Na Península Ibérica, segundo a Flora Ibérica, a espécie está presente apenas no Norte da Península e, segundo a mesma fonte, em Portugal, a sua ocorrência está limitada às regiões do Minho e Trás-os-Montes, tese que o aparecimento dos exemplares das imagens vem, no entanto, contrariar. Trata-se, com efeito de espécimes fotografados em dois anos consecutivos (Junho de 2011 - fotos 1 a 5 - e Agosto de 2012 - foto 6) nas margens do Rio Côa, nas proximidades da povoação de Rapoula do Côa, concelho do Sabugal, concelho que é situado no limite sul da Beira Alta. 
As plantas foram fotografadas por mim, mas o mérito da identificação das plantas em questão cabe por inteiro ao Miguel Porto, responsável pela concepção e programação do portal da SP Botânica, Flora. on. Foi ele, de facto, quem fez o favor e teve todo o trabalho de as identificar, através de fotografias por mim enviadas.
Em todo o caso, a ocorrência da espécie, em Portugal, deve ser rara, pois a "Flora Digital de Portugal" não inclui nem sequer o género Galeopsis e, por outro lado, no portal Flora.on, os únicos registos existentes, até ao momento, são os resultantes das referidas observações.
Habitat: em geral, locais frescos e sombrios, em comunidades nitrófilas. Indiferente edáfica, mas algo silicícola.
Floração: atendo-me apenas às datas de obtenção das fotos supra, diria eu que a floração decorre, pelo menos, entre Junho e Agosto. 
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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Madressilva (Lonicera implexa)

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Madressilva, ou Madressilva-entrelaçada (Lonicera implexa Aiton)
Arbusto trepador (com 1 a 3 m de altura), de folha perene, da família Caprifoliaceae,  apresenta caule flexível, algo volúvel, em regra muito ramificado, com ramos abundantes e entrelaçados;  folhas opostas, simples, coreáceas, de elípticas a obovadas, de cor verde-escura brilhante, com as próximas da inflorescência, adunadas, ou seja, unidas na base, formando como que uma taça; flores tubulares bilabiadas,  inicialmente rosadas, mas ligeiramente amareladas com o tempo, reunidas "em inflorescências sésseis, com as flores nascendo directamente da axila das folhas"(fonte), (característica que a distingue da congénere Lonicera etrusca que apresenta uma inflorescência pedunculada); frutos constituídos por pseudobagas globosas, avermelhadas e tóxicas.
Distribuição: Região Mediterrânica, Sudoeste da Ásia e Açores. É no entanto, cultivada noutras paragens, como planta ornamental. Em Portugal continental distribui-se pelo Centro e Sul, estando a sua ocorrência no Norte limitada aos vales do Douro e seus afluentes. 
Habitat: matagais, clareiras e orlas de florestas e de bosques, em ambiente mediterrânico, frequentemente em terrenos rochosos e pedregosos. Indiferente à composição do solo.
Floração: de Abril a Agosto.
[Locais e datas: Cabo Espichel; 14 - Abril - 2011 (foto 1); Serra da Arrábida; 13 - Abril - 2012 (fotos 2, 3, 5 e 6); 11 - Novembro - 2012 (foto 4)]
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Verbasco (Verbascum virgatum)

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Verbasco *(Verbascum virgatum Stokes)
Erva bienal, (tipo fisionómico: hemicriptófito), glandulosa, pubescente, da família Scrophulariaceae, com caule (50 a 200 cm) erecto, frequentemente simples, por vezes escassamente ramificado; folhas alternas, de oblongo-lanceoladas a ovado-lanceoladas, dentadas ou crenadas; flores com corola de cor amarela dispostas (em grupos ou isoladas) em inflorescências racemosas que podem atingir mais de 1 m de altura
Distribuição: Espécie nativa da Europa Ocidental (Península Ibérica, França, Inglaterra e norte de Itália); introduzida e naturalizada em várias outras regiões e continentes.
Em Portugal continental distribui-se desde o Minho ao Algarve, de forma descontínua, não sendo, aparentemente, muito vulgar. 
Habitat: em pastagens, terrenos agrícolas abandonados, à beira de estradas e caminhos e em terrenos perturbados, húmidos.
Floração: de Maio a Setembro.
*Outros nomes comuns: Barbasco; Blatária-grande; Blatária-maior; Verbasco-das-varas.
[Locais e datas: Rapoula do Côa - Sabugal; 15 / 22 - Junho - 2012 (fotos 1, 2, 4, 5 e 6) ; Aldeia de S. Francisco - Covilhã; 7 - Junho - 2012 (foto 3)]

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Olhos-de-gato (Pentaglottis sempervirens)






Olhos-de-gato [Pentaglottis sempervirens (L.) Tausch ex L.H.Bailey*]
Erva vivaz (tipo-fisionómico: hemicriptófito), híspida (= revestida de pêlos compridos, rígidos) na sua totalidade, da família Boraginaceae, com caules, geralmente ascendentes, mais ou menos ramificados, com 30 a 90 cm; folhas basais pecioladas, obovadas e as caulinares sésseis, acuminadas; flores reunidas em cimeiras densas, com corola azul brilhante com um "olho" branco ao centro.
Distribuição geral: originalmente desde a Ásia Menor até ao Sudoeste da Europa, entretanto alargada a outros países (v.g. Inglaterra e Irlanda) e a outros continentes (v.g. América do Norte).
Em Portugal, a sua ocorrência parece estar limitada às regiões Centro e Norte.
Habitat: sítios húmidos, frequentemente nas margens de cursos de água e em zonas montanhosas.
Floração: de Abril a Agosto
*Sinonímia:  Anchusa sempervirens L.(Basónimo)
(Local e data: Serra da Estrela; 8 - Junho - 2012)

domingo, 6 de janeiro de 2013

Chuchas (Lamium maculatum)

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Chuchas * (Lamium maculatum L.)
Erva vivaz (tipo fisionómico: hemicriptófito), rizomatosa, da família Lamiaceae, com caules (20 a 50 cm), simples ou ramificados, erectos, ascendentes ou decumbentes,  revestidos de pêlos mais ou menos numerosos; folhas aproximadamente cordiformes, crenadas a dentadas; flores tubulares, labiadas, com corola de cor púrpura, dispostas em verticilastros, em número variável.
Distribuição: Europa central e meridional, Península Ibérica e Médio Oriente. Em Portugal a sua ocorrência está limitada às regiões a Norte do Tejo.
Habitat: em sítios húmidos, geralmente nas margens de cursos de água, ou em bosques húmidos, por vezes, em locais perturbados e sombrios.
Floração: de Abril a Julho.
*Outros nomes comuns: Chuchapitos; Coelhos. 
(Local e datas: Rapoula do Côa - Sabugal; 21 - Junho - 2011 (fotos 1 e 2); 15 - Junho - 2012 (fotos 3, 4 e 5) 

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Cinifólio (Gratiola officinalis)



Cinifólio * (Gratiola officinalis L.)
Erva vivaz (tipo fisionómico: helófito =  "planta de meios aquáticos com as gemas de renovo enterradas no leito") da família Plantaginaceae, com caules (10 a 50 cm), geralmente erectos, glabros; folhas de linear-lanceoladas a  ovado-lanceoladas, escassamente dentadas na metade apical; flores com corola com tubo amarelo pálido e lábios brancos.
É confundível com a sua congénere G. linifolia, dela se distinguindo pelo facto de possuir " Pedicelos, cálice e bractéolas glabros" e "Bractéolas iguais ou mais compridas que as sépalas" ao passo que a G. linifolia tem "Pedicelos, cálices e bractéolas com pêlos glandulosos curtos" e "Bractéolas mais curtas que as sépalas" (Fonte). Por outro lado, enquanto as folhas da G. officinalis apresentam alguns, ainda que escassos, dentes na metade apical, as da G. linifolia são inteiras.
Distribuição: Europa central e meridional, Ásia central e ocidental e Norte de Marrocos. Em Portugal, onde, ao que parece, não é muito vulgar, a sua ocorrência está limitada às regiões a Norte do Tejo e ao Alto Alentejo. 
Habitat: margens e leitos de cheia de cursos de água, zonas e sítios encharcados e prados muito húmidos.
Floração: de Junho a Agosto.
*Outros nomes comuns: Erva-do-pobre, Gracíola-das-boticas
(Local e data: Rio Ocresa (leito de cheia); 13 - Agosto - 2012)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Morugem (Stellaria media)




Morugem *[Stellaria media (L.) Vill.]
Erva anual (tipo fisionómico: terófito) da família Caryophyllaceae, com caules até 30cm, ramificados desde a base, mais ou menos pubescentes, por vezes, glabros.
Admitindo-se que possa ser originária da Região Mediterrânica, a espécie é, no entanto, considerada actualmente como cosmopolita quanto à sua distribuição. Em Portugal está presente em todas as regiões.
Habitat:  terrenos agrícolas cultivados ou em pousio, baldios, terrenos perturbados ou ruderalizados, à beira de estradas e caminhos e mesmo em zonas urbanas, sobre solos com alguma humidade.
A floração pode ter lugar praticamente ao longo de quase todo o ano, conquanto ocorra com mais intensidade de Dezembro a Junho. 
Considerada comestível, a espécie não faz, no entanto, parte da dieta habitual dos portugueses. Nem habitual, nem vulgar, julgo eu.
*Outros nomes comuns:  morugem-branca, morugem-vulgar, morugem-verdadeira, marugem, erva-moleira, olho-de-toupeira, orelha-de-toupeira.
(Local e data: Troviscal - Sertã; 23 - Dezembro - 2012)