segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cardo-santo (Cnicus benedictus)








Cardo-santo ou Cardo-bento (Cnicus benedictus L.)

Apesar da proclamada "santidade", noção que facilmente associamos a algo de esplendoroso, a verdade é que o Cnicus benedictus é uma planta bastante discreta e que pode passar facilmente despercebida. E eu que o diga, pois andei, em vão, à procura dele durante umas horas num local onde o Paulo Araújo tinha assinalado a sua presença, tendo acabado por vir a encontrá-lo, uns dias depois, por mero acaso, já em terras do meu concelho natal (Sabugal) e mais exactamente nos limites da Aldeia de Santo António. E digo por mero acaso, porque, embora estivesse a passar por perto, só dei com ele, apesar da presença dumas dezenas de exemplares, quando me preparava para fotografar umas belíssimas flores dumas tantas Centaurea cyanus que, à beira do caminho, partilhavam com eles, uns terrenos arenosos, derivados do granito, com sinais de terem sido lavrados não há muito tempo. 
A relativa discrição da planta deve-se, em boa parte, ao facto de os capítulos serem de pequena dimensão e, para mais, envolvidos por folhas e brácteas lanudas, estas também portadoras de espinhos (ausentes nas restantes partes da planta) que mal deixam ver as flores, não obstante estas se apresentarem coloridas com um amarelo brilhante. 
A planta é anual e é a única espécie do género Cnicus, fazendo parte da família Asteraceae.
Os autores atribuem-lhe, geralmente, porte erecto e caule ramificado que pode atingir 50 cm de altura. As plantas observadas, no entanto, se bem que ramificadas, não só não atingiam tal dimensão como os ramos se apresentavam prostrados, situação bem visível nas fotos  4, 5, e 6, devido, porventura, ao facto de este ano ter sido um ano de pouca chuva, circunstância que também explica a existência no local de vários exemplares secos antes atingirem a fase da floração.
Nativa da Região Mediterrânica encontra-se também naturalizada, pelo menos, na América do Norte, sendo que nalguns países é ainda cultivada como planta medicinal, pois embora já tenha perdido a aura de remédio para todos os males, aura que justificou a atribuição dos qualificativos "santo" e "bento", na linguagem comum e do equivalente "benedictus", na terminologia científica, é ainda usado em fitoterapia para obtenção de bebida, após cozimento de partes da planta, com indicação de uso em situações de perda de apetite, anorexia e dispepsia.
Em Portugal, segundo a Flora Digital de Portugal, a espécie, a que atribui carácter ruderal, distribui-se sobretudo pelo interior alentejano, aparecendo também, de forma  descontinua, nas Beiras e em Trás-os-Montes e Alto Douro. 
A floração, ainda de acordo, com a mesma fonte ocorre de maio a julho. 
(Local e data: Aldeia de Santo António - Sabugal ; 19 - junho - 2012)
(Clicando nas imagens, amplia)

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