segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cardo-dos-picos (Galactites tomentosus)




Cardo-dos-picos **(Galactites tomentosus Moench *)
Planta anual ou bienal, da família Asteraceae, (subfamília Carduoideae) de caules erectos, ramificados na parte superior, com altura entre 15cm e 1 metro. Apresenta como características mais marcantes: os caules brancos, tomentosos (= revestidos de pelos curtos, densos, no caso, brancos); as folhas com nervuras brancas; e flores de cor entre o rosa e o lilás (raramente brancas) agrupadas em capítulos pedunculados, ovóides e com frequência solitários. As flores exteriores são grandes, vistosas e estéreis e as internas, pequenas, tubulares e férteis.
A espécie distribui-se por toda a Região Mediterrânica e pelo sudoeste da Europa. Desenvolve-se em locais com boa exposição solar, em terrenos cultivados ou incultos, ácidos e sem excessiva humidade.
A floração decorre durante um longo período, variável conforme os locais, entre março e julho.
*Sinonímia: Galactites pumila Porta; Carduus galactites (L.) Chaub.; Lupsia galactites (L.) Kuntze; Galactites elegans (All.) Nyman ex Soldano
**Também designada simplesmente por Cardo. Em boa verdade, porém, o termo "Cardo" serve para designar vulgarmente toda e qualquer espécie da  mesma subfamília e a designação de Cardo-dos-picos pouco adianta em termos de identificação, pois "picos" têm também todas elas.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Tara (Caesalpinia spinosa)






Tara, ou Falso-pau-brasil [Caesalpinia spinosa (Molina) Kuntze*]
Espécie da família Fabaceae, nativa do Peru, apresenta a forma dum arbusto ou duma pequena árvore espinhosa, cuja altura varia entre 2-5m. É nativa do Peru, mas foi introduzida e encontra-se naturalizada em vários países da América do Sul, de África e da Ásia, e na Califórnia. É cultivada para aproveitamento da madeira, utilizada no fabrico de mobiliário e para aproveitamento das vagens, ricas em taninos usados, designadamente, na indústria de curtumes e das sementes que, depois de reduzidas a farinha, são empregues na indústria alimentar.
A planta também foi introduzida na Europa, incluindo em Portugal, mas apenas para fins ornamentais. 
*Sinonímia: Caesalpinia pectinata Cav.; Caesalpinia tara Ruiz & Pav.; Caesalpinia tinctoria (Kunth) Benth. ex Reiche; Coulteria tinctoria Kunth; Poinciana spinosa Molina; Tara spinosa (Molina) Britton & Rose
(Local e data: Parque da Paz - Almada; 25 - fevereiro - 2012)
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carqueja (Pterospartum tridentatum)






Carqueja [Pterospartum tridentatum (L.) Willk.*]

Pequeno arbusto, da família Fabaceae, muito ramificado, logo a partir do colo, formando uma moita geralmente densa e que, por via de regra, não vai além dum metro de altura.
Está presente na metade ocidental da Península Ibérica e no norte de Marrocos. Em Portugal ocorre de forma descontínua, ao longo de todo o território do continente, sendo particularmente abundante em terras de xisto. Ao invés, não me lembro de alguma vez ter avistado a planta em terras em que predomine o granito.
São reconhecidas três subespécies (P. t. tridentatum; P. t. cantabricum; P. t. lasianthumtodas presentes em Portugal. 
Tal como noutras espécies do género Pterospartum, também no caso da carqueja, a função fotossintética é desempenhada, não pelas folhas, que são rudimentares (havendo mesmo quem negue a sua existência), mas essencialmente pelos caules que têm uma configuração pouco comum. Na verdade, os caules apresentam duas extensões longitudinais e lateralmente opostas, que aumentam a exposição das partes verdes da planta aos raios solares. As folhas apresentam-se sob a forma de um diminuto triângulo constituindo como que o prolongamento das referidas extensões do caule.
A carqueja tem, além da referida, uma outra característica que é a sua resistência aos incêndios que frequentemente assolam as zonas de floresta e de mato, onde tem o seu habitat preferencial. Passado o incêndio, apesar de consumidas pelo fogo as partes aéreas,  a parte enterrada e não destruída não tarda a emitir novos rebentos que se desenvolvem com renovado vigor até por falta de concorrência doutras espécies entretanto também consumidas pelo fogo e sem a mesma capacidade de renovação.
Noutros tempos a carqueja era utilizada, nos meios rurais, para fazer a "cama" dos animais e era enterrada , juntamente com outros matos, nos terrenos de cultura para servir como fertilizante orgânico. Actualmente, com a desertificação do meio rural e o abandono dos campos, provavelmente tais usos tendem a ser residuais.
À carqueja são, no entanto, dadas outras utilizações: as flores secas são usadas, na medicina caseira, na feitura de infusões com alegadas propriedades diuréticas e os ramos são usados em culinária. Há, com efeito, quem diga que um simples ramo de carqueja confere ao arroz um sabor especial. Eu confesso que nunca experimentei, mas tenho um amigo, a quem já tenho fornecido algumas provisões de tal "condimento", que confirma tal asserção.
Floração: de maio a julho.
*Sinonímia: Genista tridentata L. (basónimo); Chamaespartium tridentatum (L.) P. E. Gibbs
(Local e datas:  Troviscal - Sertã; março - abril - 2011) 
(Clicando nas imagens, amplia) 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Cardo-beija-mão (Centaurea melitensis)



Cardo-beija-mão *(Centaurea melitensis L.)
Planta herbácea, anual, por vezes, bienal, da família Asteraceae, ramificada a partir do terço inferior, pode atingir entre 30cm e 1 m de altura. Apresenta folhas basais pecioladas, sinuadas ou lobadas e caulinares sésseis, de lineares a lanceoladas; flores amarelas dispostas em capítulos homógamos, discóides, geralmente solitários e terminais.
Originária da Região Mediterrânica, encontra-se, no entanto, naturalizada em muitas outras regiões do globo onde foi introduzida, com tanto sucesso que, nalgumas, é já considerada como planta invasora.
Em Portugal ocorre ao longo de todo o território do Continente, de forma descontínua, geralmente em locais com boa exposição solar e, frequentemente, em terrenos secos e pedregosos.
Floresce de maio a setembro.
*Outras designações comuns: Beija-mão; Centáurea-de Malta;
(Local e data: Serra da Arrábida; 10/29 - maio - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Gennaria diphylla

(1)

(2)

(3)
Gennaria diphylla (Link) Parl.

Planta vivaz, tuberosa, da família Orchidaceae, com caule entre 10 a 30 cm de altura, revestido apenas com duas folhas, a inferior maior que a superior e ambas abraçadas ao caule (amplexicaules), brilhantes, ovado-cordadas. As flores, entre o amarelo e o verde, muito pequenas, dispõem-se em inflorescência sob a forma de espiga.
Distribuição geral: sul e sudoeste da Península Ibérica, Córsega, Sardenha e Macaronésia.
Em Portugal ocorre apenas na Serra da Arrábida, no Sudoeste alentejano e no Barlavento algarvio.
Surge, geralmente, em locais sombrios, em terrenos calcários e, frequentemente, mesmo em fendas de rochas calcárias.
Floração: de fevereiro a maio.
[Local e datas: Serra da Arrábida; 27 - janeiro -2012 (foto 1); 15 - fevereiro - 2012 (fotos 2 e 3)]
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cardo-asnil (Carlina racemosa)



Cardo-asnil (Carlina racemosa L.)
Planta herbácea, anual, da família Asteraceae, apresenta caule ramificado que, geralmente, não ultrapassa os 30 cm de altura. As folhas são compridas, estreitas e lanceoladas, com margens guarnecidas de espinhos. As flores, amarelas, agrupam-se em capítulos terminais com cerca de 15 cm de diâmetro. Distribui-se pelo centro e sul de toda a Península Ibérica e pelo noroeste de África, ocorrendo, geralmente em terrenos abertos, incultos e com alguma aridez.
Floresce durante um largo período que vai, pelo menos, de junho a agosto. 
(Local e data: Castro Marim - Algarve; 21 - agosto - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Trevo-betuminoso (Bituminaria bituminosa)

(1)

(2)

 (3)

 (4)

(5)
Trevo-betuminoso  [Bituminaria bituminosa (L.) C. H. Stirt.*]
Planta herbácea, perene, da família Fabaceae, ramificada a partir do colo, o Trevo-betuminoso, também designado vulgarmente por Erva-da-baganha, pode atingir um metro de altura, ou mais, quando implantada em solos férteis e profundos. Quando instalada em fendas de rochas ou em terrenos pobres fica-se por dimensões mais modestas.
É originária e distribui-se por toda a Região Mediterrânica e Macaronésia (Canárias e Madeira), ocorrendo em terrenos incultos (foto 5), à beira de estradas e caminhos (4) e mesmo em fendas de rochas (3). Em Portugal encontra-se, de forma descontínua, em todo o território do Continente, mas é particularmente abundante na Serra da Arrábida.
Floração: de abril a agosto.
*SinonímiaPsoralea bituminosa L.; Aspalthium bituminosum (L.) Fourr.Psoralea palaestina GouanPsoralea plumosa Rchb.;Psoralea pumila Sennen.
[Local e datas: Serra da Arrábida; 10 - maio - 2011 (fotos 1, 2 e 4); 15 - abril - 2011 (foto 5); 14 janeiro -2012 (foto 3)]
(Clicando nas imagens, amplia)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Nenúfar-branco (Nymphaea alba)

Nenúfar-branco *(Nymphaea alba L.)
Planta aquática, rizomatosa, perene, da família Nymphaeaceae
A planta desenvolve-se a partir dum rizoma submerso que lança raízes no fundo, donde emergem à superfície, quer as folhas (grandes, flutuantes, cordiformes, coriáceas e brilhantes)  ligadas ao rizoma por pecíolos compridos que podem atingir até 1m), quer as flores (solitárias, com numerosas pétalas brancas e estames não menos numerosos, dispondo estes de anteras amarelas) ligadas ao rizoma por um pedúnculo com comprimento idêntico ao do pecíolo das folhas.
É considerada originária da Europa e da Ásia onde surge espontânea em superfícies de águas paradas ou em cursos de água de fraca corrente. Encontra-se divulgada como planta ornamental em muitas outras regiões, onde entretanto se naturalizou. Como planta ornamental é utilizada sobretudo em jardins como elemento decorativo de tanques e de pequenos lagos.
A floração, em Portugal, pode ocorrer durante um largo período que vai, geralmente, de abril a setembro.
*Outras designações comuns: Ninféia-branca; Lírio-d'água.
(Local e data: Jardim Botânico de Coimbra; 01 - Outubro - 2010) 
(Clicando na imagem amplia)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Hispidella hispanica


Hispidella hispanica Barnades ex Lam.*
Planta herbácea, anual, da família Asteraceae, é um endemismo ibérico, mais frequente na metade ocidental da Península. Em Portugal ocorre apenas no interior montanhoso do centro e norte do país, em terrenos de pastagens, bem expostos ao sol e à beira de estradas e caminhos.
É uma espécie de pequenas dimensões (não ultrapassa 20 cm de altura, que, com frequência, não os atinge; assaz pilosa, apresentando pêlos, uns mais compridos e outros mais curtos, quer nas folhas (quase todas basilares), quer  nas hastes florais, quer no revestimento exterior dos capítulos.
Floresce de maio a julho.
É designada vulgarmente em língua espanhola por Asperilla. Em português não encontrei registo de qualquer designação.

(Local e data: Serra da Estrela;17 - junho - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Massaroco (Echium candicans)





Massaroco (Echium candicans L. f.)
Planta da família Boraginaceae, assume a forma de um arbusto, com cerca de 2 m. É  endémica do Arquipélago da Madeira, razão por que é conhecida, em língua inglesa, pela designação comum de Pride of Madeira. Surge espontânea, na Madeira,  entre os 800 e 1400m de altitude. Trata-se, no entanto, duma espécie muito cultivada noutras regiões como planta ornamental, devido, sobretudo, à beleza das suas inflorescências cilíndricas que podem atingir até 60 cm, à longa duração da floração (de abril a agosto) e ao facto de ser pouco exigente em água, podendo suportar situações de alguma secura.
(Local e data: Jardim Gulbenkian; 12 - abril - 2011)
(Clicando nas imagens, amplia)