terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Morangueiro-de-jardim (Potentilla indica)



Morangueiro-de-jardim, ou Falso-morangueiro-da Índia [Potentilla indica (Andrews) Th. Wolf *] 
Planta herbácea perene, da família Rosaceae, nativa do leste e sul da Ásia, mas naturalizada em várias outras regiões do globo, onde foi introduzida como planta ornamental. Em Portugal, se não naturalizada, encontra-se, pelo menos, como planta de jardim. Reproduz-se, fundamentalmente, através de estolhos que, em contacto com a terra, acabam por enraizar, dando origem a uma nova planta. Prefere terrenos húmidos e sombrios, designadamente, nas margens de cursos de água.
Os frutos, parecidos com morangos e muito agradáveis à vista, são insípidos, não se recomendando a sua ingestão, pois, alegadamente podem originar distúrbios digestivos.
Floresce em Portugal na primavera e no verão.
*Sinonímia: Duchesnea indica (Andrews) Focke; Fragaria indica Andrews
(Local e data: Jardim Gulbenkian, 12 - abril - 2011)
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domingo, 29 de janeiro de 2012

Iris persica


Iris persica L.
Há uns tempos guardada nos meus arquivos, esta "preciosidade" só hoje é publicada, porque também só agora a consegui identificar entre a multidão de espécies da família Iridaceae e das muitas variedades entretanto criadas pela floricultura. 
É uma planta herbácea, bolbosa, perene, de pequenas dimensões (não ultrapassa, em regra, os 10 cm e a planta fotografada nem essa altura atingia)  nativa da Ásia e, designadamente, da Turquia, Síria, Iraque e porventura do Irão, donde lhe advém, certamente, o qualificativo específico de persica. Prefere solos argilo-arenosos, pouco húmidos e bem  ensolarados, requisitos preenchidos no caso da planta observada em passeio pelo Vale Derbent - Capadócia - Turquia, com vista para as "chaminés de fadas" (em baixo).
Floresce entre fevereiro e abril.

(Data: 29 - março - 2011)
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Canafrecha (Ferula communis subsp.catalaunica)

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Canafrecha [Ferula communis L. subsp.catalaunica (Pau ex C. Vicioso) Sánchez Cuxart et M. Bernal]

Também designada pelos nomes comuns de Canavoura e Férula-vulgar, a Canafrecha é uma planta herbácea, perene, glabra, da família Apiaceae. Apresenta um caule erecto que pode atingir até 3m; folhas penatissectas, com folíolos lineares, glabros e muito segmentados, as basilares mais compridas (até 1m) e as caulinares progressivamente mais curtas; flores amarelas, relativamente pequenas, dispostas em vistosas umbelas terminais e laterais.
Distribui-se pela Região Mediterrânica, aparecendo geralmente em locais rochosos, preferentemente calcários, secos, mas com humidade temporária. Em Portugal ocorre no centro e sul do território do Continente.
Compartilha com a Thapsia villosa, as designações comuns de Canafrecha e de Canavoura, facto que tem uma explicação simples: as duas espécies são muito semelhantes, á primeira vista. Um leigo, tal como eu, muito provavelmente só as distinguirá pelas folhas: as da Thapsia villosa são mais curtas, muito menos segmentadas e e francamente hirsutas.
Floração: de abril a julho, variando de local para local.
(Locais e datas: Fotos 1, 2 e 3: Serra da Arrábida, 15 - abril - 2011; Foto 4: encosta na margem sul do Tejo - Almada; 16 - maio - 2011)
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Norça-preta (Tamus communis)

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Norça-preta *(Tamus communis L.)

Planta herbácea, vivaz, volúvel, da família Dioscoreaceae, dispondo de um tubérculo comprido (20 cm ou mais) pouco ramificada e cujos caules, que podem atingir entre 4 e 5 m, se elevam do solo enrolando-se em qualquer suporte que se encontre mais ou menos perto.
É uma planta dióica, o que vale por dizer que as flores femininas (foto 2) e as flores masculinas (foto 4) surgem em exemplares distintos.
Distribui-se por boa parte da Europa, incluindo por quase toda a Península Ibérica, pelo noroeste de África e ocidente da Ásia, surgindo, geralmente, em locais húmidos e sombrios e, preferentemente, sobre  solos de origem calcária ou argilo-xistosa. Não me recordo, com efeito, de alguma vez a ter avistado em terrenos de origem granítica.
Os tubérculos e as bagas são considerados tóxicos.
Floração: de fevereiro a maio ou de março a junho, consoante os locais.
*Outras designações vulgares: Uva-de-cãoArrebenta-boi; Baganha;  Tamo
Sinonímia: - Tamus cretica L.; Dioscorea communis (L.) Caddick & Wilkin
(Locais e datas: Fotos 1 e 2: Troviscal - Sertã; 08 abril - 2011; Fotos 3 e 4: Serra da Arrábida; 15 - abril - 2011) 
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sábado, 21 de janeiro de 2012

A "folha" que dá flor e fruto



Como já se disse, anteriormente, aqui, as estruturas da Gilbardeira (Ruscus aculeatus L.) com a forma de folhas são, na realidade, expansões do caule, designadas por cladódios, e é nessas estruturas que despontam as flores e se formam os frutos. As fotografias ora publicadas servem de prova.
(Local e data: Serra da Arrábida; 15 - janeiro - 2012)
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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Leite-de-galinha (Ornithogalum umbelatum)


Leite-de-galinha (Ornithogalum umbelatum L.)
Planta bolbosa, da família Hyacinthaceae, é designada em Portugal, à semelhança de várias outras espécies do mesmo género por Leite-de-galinha (in Portugal Botânico de A a Z), sendo-lhe também atribuído o nome de Estrela-de-Belém,  por influência da designação inglesa Star of Bethléem.
Como planta espontânea ocorre no centro e sul da Europa, norte de África e sudoeste da Ásia. No entanto, segundo o mapa de distribuição disponível nesta fonte, ela está também presente em boa parte do leste dos Estados Unidos. Segundo o mesmo mapa, também ocorre em Portugal como espontânea mas é, pelo menos duvidoso que assim seja, pois a Flora Digital de Portugal não a inclui entre as espécies do mesmo género e  o Paulo Araújo não parece inclinar-se nesse sentido.
Floração de março a maio. 
(Local e data: Manavgat - Antália - Turquia; 01 - abril - 2011)
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ilustrações botânicas (IV)*

Abacaxi  [Ananas comosus (L.)  Merr.]

 Erva-moira (Solanum nigrum L.)

 Espinheiro-cerval (Rhamnus cathartica L.)

 
 Romãzeira (Punica granatum L.)

 Ruiva-dos-tintureiros; Granza (Rubia tinctorum L.)

Tramazeira; Sorveira-dos-passarinhos (Sorbus aucuparia L.)

(* Em exposição no jardim da Casa da Cerca - Almada. Acesso livre)
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Língua-de-cobra-menor (Ophioglossum lusitanicum)





Língua-de-cobra-menor (Ophioglossum lusitanicum L.)

Quando, há dias, o Paulo Araújo, publicou este "post", no Dias com árvores, não só fiquei surpreendido com a estranha forma deste feto (da família Ophioglossaceae) como estava muito longe de supor que, passados dias, seria eu a avistá-lo, como veio a acontecer. Anteontem, durante mais uma excursão à Serra da Arrábida, deparei com ele num local que já revisitei várias vezes e onde tenho deparado com algumas boas surpresas e esta foi mais uma. Ontem fui até lá, de novo, para fotografá-las.
 A população avistada, se bem que da ordem das centenas de pés, situa-se na base da encosta dum monte e ocupa apenas uma pequena área (não mais que dois ou três metros quadrados) sobre uma fina camada de terra a cobrir rocha calcária por onde escorre a água da chuva vinda do cimo do monte. 
A espécie é, como diz o Paulo, de tamanho diminuto, não indo a haste com os esporângios (de maior porte  do que as folhas, ou melhor, do que a folha, porque não vi mais do que uma nos exemplares observados) além dos 5 ou 6 cm. E de facto, atenta a pequena dimensão da planta, quem não for de olhos no chão e  bem abertos, facilmente passa por ela sem dela se aperceber. Poderá vê-la, mas facilmente a confunde com as ervas circundantes.
Já agora, aproveitando uma vez mais a lição do Paulo Araújo, fiquemos todos a saber que "o aparecimento da planta à superfície é efémero e decorre (...) de Outubro a Março". Pela minha parte ficam desde já aqui  expressos os meus agradecimentos.
(Local e data: Serra da Arrábida; 15 - janeiro - 2012)
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domingo, 15 de janeiro de 2012

Narcissus calcicola


Narcissus calcicola Mendonça
Planta vivaz, bolbosa, de flores amarelas, da família  Amaryllidaceae que chega aqui ainda fresca, pois acabou de ser colhida fotografada ontem em plena Serra da Arrábida.
É um endemismo português, descrito também por um português (Francisco de Ascensão Mendonça) que ocorre apenas no centro do país (Arruda dos Vinhos, Alvaiázere, serras de Sicó, Aire e Candeeiros) e no sul (Serra da Arrábida e Barrocal algarvio) em terrenos pedregosos calcários e nas fendas de rochas com igual composição. Apesar de a sua distribuição ser limitada, parece não correr risco de extinção, dada a circunstância de a planta surgir, em muitos casos, em locais de difícil acesso, pelo menos na Serra da Arrábida. 
Estranhamente, apesar de ser um endemismo português, não se lhe conhece designação em vernáculo. É só mais um caso da pouca atenção dada ao que é nosso.
Floresce entre janeiro e abril.
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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Primaveras (Primula vulgaris)

Primaveras [Primula vulgaris Huds.; sin.: Primula acaulis (L.) Hill]

Dificilmente alguém que tenha por hábito passear-se por jardins não terá já avistado alguma variedade cultivada desta espécie, pois é frequentemente usada como planta ornamental. Menos provável é que já tenha deparado com ela, durante um qualquer passeio pelos campos. Eu, por exemplo, não me lembro de a ter visto em Portugal, não obstante ela ocorrer como espontânea no nosso país. Para a fotografar, tive de ir um pouco mais longe.Não de propósito, é claro!
Trata-se duma planta herbácea perene, da família Primulaceae, dispondo-se as folhas em roseta basal frouxa,  apresentando flores curtamente pedunculadas (com o pedúnculo de 3-10 cm, inserido directamente na roseta foliar) com pétalas, geralmente amarelas.
A espécie é nativa de grande parte da Europa, noroeste de África, e sudoeste da Ásia (Turquia e Irão) ocorrendo, geralmente, na proximidade de cursos de água, em relvados húmidos e em zonas de matos com alguma humidade.
É uma espécie de floração relativamente precoce (março a maio) daí derivando a designação comum que lhe é atribuída de Primaveras, ou Primavera, equivalente à designação noutros idiomas: Primavera (em espanhol); primrose (em inglês) e Primevère (em francês). Em Portugal, a espécie é também conhecida pelas designações vulgares de Rosas-de-Páscoa; Copinhos-de-leite; Páscoas; Prímula; e Queijadinho, além de outras.
No material que consultei, encontrei a informação de que as folhas e as flores são comestíveis. Ainda não experimentei.
(Local e data: próximo de um regato numa elevação da cadeia montanhosa do Taurus - Turquia; 31 - março - 2011)
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Craveiro-das-areias (Armeria pungens)

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Craveiro-das-areias (Armeria pungens (Link) Hoffmanns & Link *)
Pequeno arbusto da família Plumbaginaceae que pode atingir até cerca de 50 cm de altura, de base lenhosa ramificada, apresentando folhas só basilares, simples, lineares; flores com cinco pétalas rosadas, agrupadas em capítulos no topo de pedúnculos com com cerca de 35 cm, onde persistem durante algum tempo depois de secas.
É uma espécie considerada endémica da Península Ibérica, Córsega (França) e Sardenha (Itália), tendo o seu habitat nas areias e dunas do litoral. Em Portugal ocorre ao longo do litoral a sul do Tejo.
Floração: de março a maio.
*SinonímiaArmeria fasciculata (Vent.) Willd.; Armeria maritima Willd. subsp. pungens (Link) Bernis; Armeria pungens (Link) Hoffmanns. et Link subsp. major (Daveau) Franco; Statice pungens Link (basónimo).
[Local e datas: Praia da Fonte da Telha - Almada; 19 - abril - 2011 (Fotos 1, 2 e 3); 05 - agosto - 2011 (Fotos 4, 5, 6 e 7)]
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Açafrão-amarelo (Crocus flavus)



Açafrão-amarelo * [Crocus flavus (L.) Weston; sin: Crocus aureus Sibth. & Sm.]

Planta vivaz, bulbosa, da família Iridaceae, nativa do sudeste europeu (antiga Jugoslávia, Grécia, Roménia e Bulgária ) e do sudoeste da Turquia, ocorrendo de forma espontânea em prados nas encostas de montanha até à altitude de 1200m. É, no entanto, cultivada noutras regiões e noutros países como planta ornamental.
Floração: Março-Abril.
*Açafrão-amarelo é a tradução literal do latim Crocus flavus. Também se poderá optar pela designação de Açafrão-dourado (do latim Crocus aureus) expressão cujo equivalente noutros idiomas é mais frequentemente usado.
(Local e datas: montanha da cordilheira do Taurus - Turquia; 28 - 31 - março - 2011)
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sábado, 7 de janeiro de 2012

Cardo-do-visco (Atractylis gummifera)



Cardo-do-visco* (Atractylis gummifera L.)
Planta vivaz, tuberosa, da família Asteraceae. Distribui-se por toda a Região Mediterrânica, surgindo em terrenos incultos, secos, geralmente sobre substrato calcário. Em Portugal ocorre no Centro Oeste, Centro Sul, Arrábida, interior do Alentejo e  Algarve.
É tóxica.
Floresce de junho a novembro.
* É também designado por Cardo-matacão.
(Local e data:  Vau - Portimão - Algarve; 27 - 08 - 2011)
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Chapéus (Hydrocotyle bonariensis)




Chapéus (Hydrocotyle bonariensis Lam.)

Planta herbácea, perene, rizomatosa, cujas hastes florais, de maior porte que as hastes foliares, não excede os 30 cm, é originária das Américas (do Norte, Central e do Sul) e da Africa (Tropical e do Sul), mas encontra-se naturalizada no sudoeste europeu (desde Portugal até à Itália), encontrando-se em solos arenosos da orla marítima, onde, como explica o Paulo Araújo, esta espécie, que possui um caule subterrâneo "que se subdivide (...) a intervalos irregulares, vai lançando hastes verticais, ora com folhas ora com flores". 
É classificada habitualmente como pertencendo à família Apiaceae (pelo menos é assim classificada no "Portugal Botânico A a Z" e na Flora Digital de Portugal, locais onde lhe é também atribuída a designação comum em epígrafe). Todavia, esta fonte e esta, enquadram-na na família Araliaceae
Floração: de julho a agosto, segundo a Flora Digital de Portugal. Todavia, as plantas reproduzidas supra encontravam-se ainda em floração no final de setembro.
(Local e data: Lagoa de Mira, 28 - setembro - 2010)
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